quarta-feira, 29 de abril de 2015

Não me julgue mal


Parece que deixar de julgar está entre as coisas mais difíceis do nosso comportamento.

Nós julgamos o tempo todo.

Julgamos ao maldizer o motorista que nos ultrapassou rapidamente logo de manhã, quando íamos para o trabalho. Não tivemos como saber, por exemplo, que ele corria com alguém para o hospital.

Julgamos quando não conhecemos alguém de perto, e nos deixamos comentar: “O fulano é tão estranho, ele parece ser muito antipático”.

Julgar é exatamente isso: tirar conclusões e definir coisas diante de aparências.

Quem já não teve um bom amigo, que a princípio lhe pareceu uma pessoa tão diferente?

Quando julgamos, podemos estar rotulando, e quando rotulamos fechamos as possibilidades para considerar positivamente, realmente, conforme a realidade for se colocando.

E quantas conclusões erradas poderemos tirar, em qualquer tipo de situação.

Quantos erros poderemos cometer concluindo diante de impressões superficiais.

Quanto sofrimento poderemos viver em vão, padecendo por algo que não era real, que apenas parecia.

Julgar pode ser perda de tempo, de energia.

É dispender de emoções e sentimentos antecipadamente.

É falar sem ter certeza, achar sem ter confirmações.

É importante que aprendamos a prestar atenção no quanto tendemos a julgar, e em geral, para o mal. Poucas vezes julgamos para o bem. Parece algo cultural, costumeiro, contagioso.

Exercitar o não julgar é um exercício benéfico, algo que pode permitir nos conhecermos mais a fundo, observarmos como funcionamos, pode fazer-nos crescer e nos sentirmos melhores. Pode nos amadurecer.

Pense nisso.

Tente observar as vezes em que julgar, e registre o número de erros que cometerá.

Deixemos para os juízes a laboriosa função de julgar. Eles precisam, nós não.

Rosangela Tavares


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