quinta-feira, 5 de março de 2015

A importância das diferenças



As diferenças fazem parte do nosso mundo.

Tudo é diferente o tempo todo: a cadeira que você se senta é diferente do chão, que é diferente da flor, que é diferente do céu, que é diferente... de você.

Quando se fala em diferenças todos tendemos a pensar em dificuldades, conflitos, desentendimentos.

Mas as diferenças são parte do mundo, da vida, de tudo.

Na natureza, de ciclos e cadeias perfeitas, as diferenças são gritantes, imagine que alguns animais conseguem viver o tempo todo dentro da água!

Mas em geral nós somos criados para nos ater às diferenças.

Então aquele amiguinho é muito feio, bobo, não brinque com ele. Aquela família não tem dinheiro. Aquele namorado não combina com você. Essa cor de cabelo ficou horrível em você.

É como se existisse dentro da gente, sempre uma tendência a achar que tudo tem que ser o mais parecido possível, para ser perfeito, para não oferecer riscos, para sermos mais felizes. Como se as diferenças sempre significassem problemas, desencaixes.

E nós carregamos este tipo de conceito para a nossa vida.

Você se relaciona com alguém e vive cobrando que a pessoa faça tudo como você faz, pense como você, escolha como você.

Não temos a noção de que o outro viveu anos, meses, muitos dias numa criação e numa história totalmente diferente da sua, longe de você. O outro se constituiu a partir de uma personalidade que já nasceu diferente da sua. Mas você deseja que ele seja igual, sem diferenças, para que dê tudo certo (?).

Por que?  

Seria medo do outro ser diferente, e assim não poder prever um comportamento dele "contra" você?

Por que o amigo tem que gostar do que você gosta? Só assim é possível aproveitar uma amizade?

Criticamos o outro por estar usando uma roupa da cor que detestamos, ou o penteado que achamos feio.

Criticamos nossos pais por gostarem das músicas antigas.

Criticamos a nós mesmos por não conseguirmos seguir a moda do mundo, o comportamento do mundo.

Parece que existe mesmo uma intolerância com relação às diferenças, e não questionamos esse nosso movimento. Não pensamos em fazer diferente.

Existem tantas diferenças à nossa volta, que se quiséssemos mudar todas as coisas, morreríamos sem conseguir.

É impossível que tudo seja igual, e num mundo igual, você não teria aquele médico maravilhoso, que não tem medo de sangue, e que salvou a vida de uma pessoa querida sua.

Não teria aquele advogado que lhe ajudou numa injustiça, porque ser advogado é muito chato, você jamais seria um.

As diferenças podem ser a riqueza do nosso mundo, até a salvação de nossa vida, quando num caminho nós nos perdemos em nossos velhos pontos de vista, mas aquela pessoa especial surge e lhe dá uma saída, uma opção diferente, algo que você nunca pensaria em fazer.

Temos que aprender que as diferenças são na verdade algo muito simples. Não há de que ter medo.

Precisamos ver as diferenças como riqueza, como soma.

Precisamos mais do que entender.

Precisamos aceitar.

Precisamos compreender.


E viva as diferenças!

Rosangela Tavares

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